FILÒ: uma homenagem teatral às mulheres migrantes de todas as épocas.
O projeto foi apresentado ao Consulado Geral da Itália de Belo Horizonte, e ao Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, pelo diretor italiano Gianluca Barbadori e a Associação Ponte entre Culturas, por ocasião das celebrações dos 150 anos da Imigração Italiana no Brasil.
A peça nasceu da idéia de contar histórias reais de mulheres italianas que imigraram no Brasil em diferentes épocas e situações. Histórias de vidas extraordinárias que, no entanto, os livros de história não relatam.
O desafio da autora Alessandra Vannucci foi desenvolver tais histórias a partir de informações mínimas – como uma fotografia, uma data, um nome, a página de um diário – e conectá-las em uma única trama. Citando fatos e documentos reais, o texto apresenta as histórias de quatro mulheres italianas imigradas no Brasil em cerca de um século: trata-se de Marietta Baderna (imigrada em 1849), Anna Rech (imigrada em 1876), Argia Gattai (1890) e Italia Almirante (1934).
O espetáculo conta com somente duas atrizes, que se alternam na interpretação. As vivências e o imaginário de cada personagem são narrados na primeira pessoa enquanto, na terceira pessoa, cria-se um nexo ficcional entre as quatro personagens principais e muitas outras, conectadas a elas: mães, avós, netas, amigas, irmãs etc. Suas existências, vividas em lugares e tempos distantes, resultam assim entrelaçadas pela narração.
Todas as idades são representadas, a partir da criança Zelia Gattai, que escreve seu diário; passando pela jovem bailarina Marietta e pela diva do cinema mudo Italia, no auge de sua carreira, retratada nos jornais; pela avó anarquista Argia, que protagoniza a criação da Colônia Cecilia; até chegar à ancestral Anna, da qual temos uma fotografia, datada 1912, com 85 anos no bairro de Caxias do Sul ao qual deu nome. Esta última é a que puxa o “filò”, o fio que conecta as histórias, como nos FILÓS da tradição camponesa italiana, quando as mulheres se reuniam para tecer e contar histórias.
Os ganchos entre uma e outra entrelaçam as suas vidas, vividas em lugares e tempos distantes; cada gancho, entretanto, é o ponto de virada que “muda” a vida da outra. Todas as vidas são igualmente extraordinárias.
A peça estréia na cidade de Rio de Janeiro no dia 27 de março e em Belo Horizonte no dia 29 e terá entrada franca, mediante a retirada antecipada de ingressos pelo Sympa (no Rio) e pela Eventin (em BH).
O espetáculo é uma realização do Consulado Geral da Itália em Belo Horizonte e do Instituto Italiano de Cultura de Rio de Janeiro, em parceria com Ponte entre Culturas MG e Ponte tra Culture – Italia e conta com o apoio cultural do Museu Virtual da Imigração Italiana em Minas Gerais MUVIT MG e DUPLO Estúdio de Criação.
Serviço:
27/03/2025 RIO DE JANEIRO
Horário: 18:30
Teatro Itália – Av. Pres Antônio Carlos, 40 / 4º andar – Centro
Ingressos gratuitos. Retirada pela plataforma Sympla.
29/03/2025 BELO HORIZONTE
Horário: 19:00
Teatro João Ceschiatti, Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1537 – Centro
Ingressos gratuitos. Retirada 2h antes do início do espetáculo pela plataforma Eventim.
Créditos
REALIZAÇÃO
Consulado Geral da Itália em Belo Horizonte
Instituto Italiano de Cultura do RJ (IIC-RIO)
Ponte entre Culturas MG
Ponte tra Culture soc. Coop. (Italia)
APOIO CULTURAL
DUPLO Estúdio de Criação
Museu Virtual da Imigração Italiana em Minas Gerais – MUVIT MG
NOTAS
FILÓ: O nome do espetáculo faz referência a uma antiga tradição da cultura camponesa italiana. Filó eram as vigílias de inverno onde pessoas de uma ou mais famílias vizinhas se reuniam nos estábulos, onde aproveitavam o calor dos animais para se aquecer. As pessoas conversavam e contavam histórias, enquanto se dedicavam a pequenos afazeres: as mulheres teciam, cerziam, costuravam; os jovens cortejavam as meninas e os homens consertavam ferramentas.
O DIRETOR: GIANLUCA BARBADORI . Ator, diretor teatral, pesquisador, professor de teatro com uma intensa trajetória internacional de produções e projetos artísticos em mais de vinte países e em quase todos os continentes. Sua formação teatral ocorreu na Toscana, de 1988 a 1996, entre Florença e Pontedera. Em 1992, trabalhou por um breve período no “Workcenter of Jerzy Grotowsky and Thomas Richards”. Participou de numerosos festivais internacionais na Itália, Argentina, Brasil, Colômbia, México, Portugal, Estados Unidos e Suíça.
Como diretor – carreira iniciada em 1994 – estreou 150 peças, apresentadas em oito idiomas, em mais de vinte países, dirigindo atores profissionais, jovens atores em formação, estudantes universitários de Teatro, comunidades, jovens e adolescentes em situação de risco, imigrantes, emigrantes italianos e alunos de Ensino Médio. Enquanto pedagogo atuou ainda na Grécia, Montenegro, Turquia e Curdistão Iraquiano. É o diretor artístico da associação “Ponte tra Culture”, fundada em 1999, na Itália e em 2004 no Brasil.
ELENCO
– CAMILA FELIX. È atriz com formação em Teatro pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, 2012). Atua há mais de uma década nas artes cênicas: sua trajetória abrange experiências significativas em dança e teatro.
Como bailarina, integrou o Grupo Primeiro Ato durante cinco anos. Em âmbito teatral, integrou o elenco de mais de quinze peças, dentre as quais se destaca “Vestido de Noiva”, dirigido por Ione Medeiros.
Em agosto de 2021, com a direção de Gianluca Barbadori, atuou no monólogo de Valeria Magrini: “A ESPERA. Anita Garibaldi: Visões e fragmentos de vida” .
– PRISCILA NATANY. È atriz formada pelo Curso Técnico de Preparação para Atores da Cia. Teatral ManiCômicos, em parceria com o SATED MG. Tem graduação em Teatro pela UFSJ – Universidade Federal de São João Del-Rei e é mestre em Artes Cênicas pela UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina. É co-fundadora da Afoita Teatro e da Cia Mineira de Teatro, companhias com as quais apresenta os espetáculos “Morada” e “Outono”, respectivamente. Integra, como atriz convidada, o elenco do espetáculo “Vestido de Noiva”, do Grupo Oficcina Multimédia.
A AUTORA DO TEXTO: ALESSANDRA VANNUCCI
Este é a décima quarta peça de autoria de Alessandra Vannucci, sendo que é a terceira escrita em português (as demais foram escritas em italiano). Dramaturga e diretora italiana com carreira internacional, professora da Escola de Comunicação (ECo-UFRJ), desde 2024 é pesquisadora sênior da Università di Torino (Itália).
Dirigiu mais de 20 espetáculos na Itália e no Brasil, entre as quais a premiada Descoberta das Américas de Dario Fo (Rio de Janeiro, 2005, ainda em cartaz).
PONTE TRA CULTURE/PONTE ENTRE CULTURAS nasce em 1998 como um projeto de intercâmbio cultural e artístico entre a Itália e a América Latina envolvendo artistas, operadores culturais e profissionais de diversas áreas, órgãos da sociedade civil e instituições dos países participantes. Nasceu por iniciativa de Gianluca Barbadori, diretor de teatro, pedagogo e gestor cultural que, em 1999, fundou a Associação “Un Ponte due cultures” na cidade de Ancona que em 2005 se tornou “Ponte tra Culture soc. cooperativa.” Em 2004, a gestora cultural Giusi Zamana, italiana radicada no Brasil, fundou a Associação PONTE ENTRE CULTURAS – MINAS GERAIS (PEC-MG). Ao longo de 24 anos, “Ponte” criou festivais, seminários, atividades de formação, espetáculos e co-produções em diferentes idiomas, em mais de 30 países, entre a América Latina e a América do Norte, a Europa, a África e o Médio Oriente, gerando uma ampla rede de colaboração entre pessoas, profissionais e diferentes organizações, públicas e privadas.