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Palestra virtual “Raffaello e a idade de ouro do Renascimento” – 26/01/22 – 19h

As primeiras décadas do século XVI foram consideradas a Idade de Ouro do Renascimento, ocasião em que artistas e letrados acreditaram ter alcançado a síntese entre as formas da natureza e a perfeição da Antiguidade Clássica. Raffaello Sanzio (1483-1520), o mais jovem da trindade encabeçada por Leonardo da Vinci e Michelangelo, foi considerado o mais perfeito entre eles. Para falar sobre esse artista que uniu a forma da estatuária clássica à naturalidade da expressão humana, o Consulado da Itália convida Elisa Byington, pós-doutora em História da Arte, para ministrar a palestra virtual “Raffaello e a Idade de Ouro do Renascimento”.

O evento será realizado no dia 26 de janeiro de 2022, às 19h, com participação gratuita e inscrições pela Sympla.

A palestra fará recorte histórico na fase madura do jovem artista, evidenciando sua habilidade de transpor para a pintura a  complexidade das grandes ideias abstratas. As composições e figuras criadas por Raffaello serviram de modelo e tornaram-se verdadeiros protótipos para arte que viria depois, até a ruptura com a tradição clássica no final do século 19. “Tornou-se até difícil a percepção da grande inovação da qual Raffaello foi capaz”, salienta Elisa Byington.

A polivalência do talento de Raffaello Sanzio fez dele uma figura dominante na cena artística. Byington ressalta que “o colorido harmonioso, a serenidade das fisionomias, a naturalidade da articulação entre as figuras e a maciez dos corpos traduziam-se na imagem mais completa do novo ideal de beleza, chamado de “graça” pela crítica da época”.

Também terá destaque a chegada do artista a Roma, a convite do Papa Júlio II. Nesse momento, designado posteriormente como a Idade de Ouro do Renascimento, a cidade passa a ser o principal centro artístico italiano. Além das grandes obras da Antiguidade Clássica, a cidade reúne as maiores realizações da arte contemporânea, dentre elas o conjunto de pinturas presentes
no teto da Stanza Della Segnatura, no Vaticano, realizada por Raffaello entre os anos de 1508 e 1511.

Elisa Byington ainda vai relembrar a rivalidade entre Raffaello e Michelangelo. Segundo ela, não se tratava somente de rivalidade pessoal, mas entre partidos críticos distintos. A grandiosidade das figuras de Michelangelo, a perfeição anatômica e as torções dos corpos no espaço afastavam-se, progressivamente, da natureza e das necessidades do tema representado para afirmar um estilo e uma expressão intensamente pessoais, que foram designados como terribilidade. Já o termo criado pelo político e escritor italiano Baldassare Castiglione, sprezzatura, coube perfeitamente para adjetivar a arte e a personalidade de Raffaello: “louvado pela variedade, elegância e harmonia de suas composições e também por não deixar transparecer na vida ou em suas imagens o tormento e as angústias da criação”, pontua.

O evento dialoga com a exposição Magister Raffaello, em cartaz no Palácio das Artes até o dia 27 de fevereiro de 2022.

A palestra “Raffaello e a Idade de Ouro do Renascimento” é uma realização do Consulado da Itália em Belo Horizonte, da Casa Fiat de Cultura e do Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Elisa Byington

Brasileira e italiana, pós-doutora em História da Arte. Crítica e curadora, transferiu-se para a Itália depois da graduação em Sociologia na PUC-RJ. Na Universidade de Roma – La Sapienza, estudou estética, filologia e história da arte, obtendo laurea cum laude pela discussão da tese sobre o arquiteto e pintor Giorgio Vasari. Vivendo entre Itália e Brasil de 1986 a 2011, defendeu doutorado na Unicamp – Universidade de Campinas e dedicou seu pós-doutorado à pesquisa sobre a fixação e difusão dos modelos do Renascimento
italiano na arte internacional.

Publicou os livros Galleria Borghese (Berlendis & Vertecchia editores, São Paulo, 2000); Palazzo Pamphilj a Piazza Navona (Omar G. Editora, Salvador, 2001); O projeto do Renascimento (Zahar, Rio de Janeiro, 2009); Giorgio Vasari 500 anos, a invenção do artista moderno, Biblioteca Nacional, Rio de janeiro, 2011; Antônio Dias, Arquivo Intimo, (ed. Automática, Rio de Janeiro, 2013); Elisa Bracher, Luctus Lutum, (São Paulo, 2015); Elisa Bracher, Encarnadas, (ed. BEI, São Paulo, 2018); (ed. Cobogó, Rio de Janeiro, 2018); Gianni Ratto 100 anos – São Paulo (no prelo); Rafael e a definição da beleza (no prelo). Publicou ensaios sobre artistas e temas da arte contemporânea em livros, revistas especializadas e catálogos, como também sobre a arte do Renascimento e do Barroco italiano.
Colaborou com as revistas Isto É, Bravo!, Republica, Carta Capital, Arte Ibérica, Icon, Il Giornale dell’Arte.

Como curadora independente, realizou exposição comemorativa dos 500 anos de Giorgio Vasari, a invenção do artista moderno no Centro Eliseu Visconti da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, bem como de artistas contemporâneos. Entre eles Fabio Cardoso, na Galeria Filomena Soares em Lisboa; Patrícia Carmo e Elisa Bracher; Alexandre Mury e Raphael Couto no Rio de Janeiro, entre 2012 e
2014. Em 2015, Elisa Bracher, em São Paulo; Marcia Xavier e José Damasceno, em Roma. Em 2016, Elisa Bracher no Paço Imperial do Rio de Janeiro. Em 2017, Gianni Ratto – 100 anos no Sesc Consolação e Iole de Freitas Dobradura Curva na Galeria Raquel Arnaud em São Paulo. Em 2018, Rafael e a Definição da Beleza. Da Divina Proporção à “graça” na Galeria do Centro Cultural do SESI – SP.